Labirinto de Palavras

Carlos Teixeira Lopes

Friday, October 21, 2005

Cinderela Man

Por vezes sou um guerreiro destemido, mas paradoxalmente tenho os meus dias de Cinderela, não que comece a gostar do mesmo que a moçoila, mas porque tendo a agir da mesma forma! O meu cérebro tem uma sensibilidade para criar formas geométricas completamente distorcidas, completamente descabidas, formas essas que provocam situações moribundas, sem qualquer tipo de cabimento, o que consequentemente provoca danos em quem me rodeia e em quem deseja tudo na vida menos entrar em divergência com o meu ser,...mas logo a razão da minha existência entra em mim como um Power Ranger (normalmente é o Vermelho), e rapidamente solicita à parte do meu cérebro que cria esses magníficos desenhos e formas transcendentes pela ordem do tribunal para a sua presença no meu corpo,...este como nunca detém autorização do expoente máximo da hierarquia judicial, entra em decomposição e num ápice todas as formas que cuidadosa e minuciosamente tinha concebido saem duma forma calma, passando a criar simples paisagens alentejanas numa tarde primaveril, quando o Girassol baila a 5ª Sinfonia de Beethoven sobre a batuta do grande e apoiante da bengala, Maestro Vitorino d'Almeida! Nessa fase encontro o Paraíso e a tempestade dá lugar à calmaria, fico expectante e feliz duma forma naturalmente sobrenatural...

Monday, October 10, 2005

Crocodilos no seu Habitat




Uma família de crocodilos vive numa sintonia tão perfeita que todo o ser humano preferiria deixar de pertencer ao mundo dos racionais, passando a viver nesse viscoso mundo do grande réptil anfíbio das regiões intertropicais,...como é obvio já não precisamos, somos crocodilos em pessoa, só não vivemos nem dormimos por cima do visco, mas temos uma família que se move segundo as regras do código da estrada sem cambalear, sem vacilar, mesmo em dias de álcool abundante a nossa firmeza é inabalável, tudo o que nos une é sensível mas paradoxalmente robusto, é assim a vida de Homens-Crocodilo, não há muitos, mas os que existem, existem,...os que gostam, lá isso gostam,... os que respiram dióxido dessa afeição que nos impele para o objecto dos nossos desejos, lá isso inspiram-no e expiram-no! Quando sinto o teu corpo no meu, sinto-me um predador, anseio alimentar-me de ti, de tudo o que tu representas em mim, de todas as proteínas que entram em tua composição,... quando se dá essa fusão, o meu desejo transforma-se irreparavelmente numa vontade incessante de transitarmos para o mundo da submersão, mergulhando no mundo das peças de pano que se põe na cama sobre o colchão e debaixo do cobertor.