Estavam lá todos, o S. Vicente, a mirabolante Lua, o barco desejoso por atracar num qualquer porto, a Sé…olhavam para nós e sentiam o amor no ar, não só eles sentiam esse nobre sentimento, nós também o pressentíamos, depois duma noite regada por essa bela sangria naquele sítio em que a conta dá vontade de rir, é místico, é sem dúvida místico…puxei um cigarro (azulinho como manda a Lei ), fez-me rir, para ser sincero não sei o que este continha, pois o resultado foi um sorriso estampado no rosto o resto da noite, num ápice olhas para mim e proferes as seguintes palavras : “Pensei que aquilo fosse verdade…!”, mas não, era um simples papel estampado na parede com o intuito de causar distúrbios nas mentes menos prevenidas, tal como a minha não estava prevenida para ouvir as badaladas da precipitação, da emoção, a sensibilidade ficou estampada na minha testa, queria escrever, mas não tinha onde, tinha palavras, frases a saírem-me duma forma fluida como se de alginato se tratasse antes do tempo de presa ( talvez fosse resultado do cigarro ), pensei no maço, pensei no rótulo da Coca-Cola, mas não, lá surgiu um folha a passar por nós, agarrei-a como se fosse a última neste imenso Mundo, e escrevi, a minha retina não me transparecia muito, mas naquele momento ela podia falhar, só não podia falhar a fluidez de pensamentos e os sintomas de Parkinson com que estava devido à noite fria aliada aos beijos quentes provenientes das tuas comissuras labiais ( tão suaves e perfeitas que são ), e continuei a escrever com o sorriso de “puto reguila”,…até a Ponte Salazar ( ai, desculpem, já mudou de nome, agora é Ponte 25 de Abril, não é ?! ) olhava para nós com aquele sorriso cheio de metástases ditatoriais e conseguia ler no seu pensamento: “ A Flor nunca murchará…”