O número 25

Mais um dia em que os nossos corações palpitam bem mais rápido, vem-me à lembrança aquele banco de jardim com aquela esbelta árvore mesmo em frente, o calor das nossas mãos, o suor dos nossos corpos, a nossa halitose seca (propria de quem não consegue deglutir, derivado do nervoso miudinho), o cheiro dos nosso perfumes que se unificaram permanentemente, o tremor de nossas mandíbulas, os nosso pensamentos tão distantes mas ao mesmo tempo tão convergentes, a música "Norah" a servir de fundo, a Igreja rezava, o quiosque dava pulos de alegria pela mutação que se estava a gerar, por momentos parámos de respirar, mais uma convergência de pensamentos, fizémos olhos de mocho da forma mais tímida que este tipo de olhar pode ter,...mãos entrelaçadas, pernas com efeitos do Parkinson, mucosas labiais juntas,...e um raio caiu sobre nós, não daqueles raios que nos põem de cabelo no ar, mas sim daqueles que tocam bem dentro das nossas artérias e ventrículos e os fazem ter uma batida do mais incessante que pode haver,...foi um raio abençoado!
A partir desse momento a vida tomou outro rumo, o da felicidade, da alegria, do sorriso,...o rumo do sentimento mais puro e mais sincero que alguma vez tinha sentido, e de certo sei que nunca vou parar de o sentir, está-me nas veias, nas artérias, nos ventrículos, resultado daquele maravilhoso raio, nunca esquecerei o que senti quando ele me acertou em cheio, como se de um cupido se tratasse!