Labirinto de Palavras

Carlos Teixeira Lopes

Tuesday, July 12, 2005

Uva dos Trapos

A verdade é mesmo essa, quero tanto juntar os meus trapinhos contigo, mas não é já, a família que não se preocupe, há muito tempo para tal, a vida está completa de amor, não há razões para a querer afrontar de "afogadilho" (termo puramente alentejano e só pronunciado por quem sente o cheiro dos melões na fase quente do ano), temos que ser sempre nós, nunca fomos quem não éramos, não seria nesta fase que o iríamos ser, quero ser um "Survivor" mas sem grandes aventuras do tipo Feira Popular,...sabes que essas coisas comigo não resultam, sabes que sou mariquinhas, aliás muitíssimo mariquinhas, diria mais, não há mariquinhas como eu! Mas tu gostas, eu sei que gostas! Quando me recordo do sabor a uvas, fico num estado irrecuperável, esse bago do cacho da videira a descer e a subir pelos montes e encostas de teu maravilhoso corpo, que perfeição, que sintonia, parece que me encontro a ouvir uma sinfonia de Beethoven, ela soa-me a desejo, a excitação, a maravilhosos gritos de prazer que deitamos numa tarde quente de Verão quando tudo o que nos passa pela cabeça são e-mails de empresas por essa Pátria fora,...as uvas fazem-nos olvidar tal maneira de comunicar com o mundo, somente queremos entrar em contacto um com o outro, os nossos corpos movem-se em forma de rosca, parafusos a entrar numa parede muito delicada e de fino trato,...não quero omitir a minha vontade de ser parafuso a teu lado e fazermos maravilhosos movimentos espirais, pintarmos uma aguarela com as cores primárias, deixarmo-nos guiar pela brisa que toca em nossos rostos,... e adormecermos, amanhã é outro dia, será o dia em que vamos juntar os nossos trapinhos, nem que seja por mais um dia!

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