Labirinto de Palavras

Carlos Teixeira Lopes

Monday, September 06, 2004

Espelho

O comboio não andava mais depressa, queríamos chegar rapidamente ao nosso destino, acalmamo-nos com um pacote delicioso daqueles bolos que se agarram aos nossos dentes parecendo uma lapa agarrada a uma rocha, rimos como se fossemos duas crianças a ver um palhaço e não estavámos muito longe, o palhaço já lá estava, as crianças é que já fugiram há algum tempo, deixando apenas algumas mazelas, …quando demos por nós já tínhamos chegado, esperavam-nos dias cansativos, românticos, dias que se iriam tornar em noites e noites que inevitavelmente se iriam tornar em dias, tudo iria parecer trocado… assim foi, trocaram-nos as voltas incessantemente, … aquela linda Ermida “olhava” para nós com um ar espantando pensando certamente onde é que poderíamos ir buscar uma tão boa performance, tendo em conta a hora (tardíssimo), e o estado psíquico-físico-mental que aparentávamos ter, mas não, essa bela senhora estava enganada, nessas alturas superamo-nos, recordamos Ricardo Reis com o seu “Carpe Diem”! Será que era do “Uno”? Será que era do”Olho”? Com sinceridade acredito piamente que eram forças divinas só cedidas e existentes nas pessoas que na realidade se amam e se merecem, e se queremos um belo exemplo dessas pessoas, olhemo-nos ao espelho… a resposta será dada, será dada vezes sem conta…!

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